Ordem e progresso, hipocrisia em excesso.



Moro na América do Sul. Meus pais são bem confusos, já mudaram meu nome em torno de 9 vezes até agora, o primeiro foi Pindorama. Mudaram também minha certidão de nascimento, que eles preferem chamar de Constituição da República Federativa, umas 7 vezes até os dias atuais. Deste modo, você consegue perceber como é turbulenta a minha vida.

Dizem que sou laico, porém os meus filhos não compreendem o significado dessa minha qualidade, se tornam líderes políticos e acabam impondo quase sempre sua religião nas decisões políticas. Dominam meios de comunicação e se instalam nas casas legislativas, pregando não o amor, mas o ódio ao próximo.

Desta forma, os mesmos acabam prejudicando muitos por suas escolhas. Não legalizam o aborto porque tal religião não aceita. Há alguns meses foi criado e aprovado um Projeto de Lei que quer dificultar o aborto em casos de estupro. E como fica a vida das inúmeras mulheres que não seguem suas religiões?

Além disso, fazem uso de comentários homofóbicos e machistas para tentar impor suas crenças; Em uma discussão entre deputados, um deles rebateu uma mulher afirmando que só não a estupraria porque ela não merecia. Esse mesmo deputado já mandou dar surras em meninos que se mostrassem "afeminados" para não se tornarem homossexuais quando adultos.

Sendo que na minha Constituição, a dita Federativa do Brasil, esse tipo de ato é criminalizado (art. 3ª, inc. IV): promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Em virtude dos fatos mencionados, desejo que meus filhos avaliem e estudem melhor a escolha dos seus representantes políticos, e que esses criem a coragem para deixar no passado o fatídico voto de cabresto que tanto nos assombra, caso contrário não haverá progresso para a Terra das Palmeiras.

Prazer, me chamo Brasil – por enquanto.

Unknown

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